O IECAM e a comunidade Mbyá-Guarani do RS garantiram a continuação do projeto “Artesanato Mbyá-Guarani: um programa de índio”, através da renovação do patrocínio com a Petrobras, dentro do programa Desenvolvimento e Cidadania. Assim fica garantida a continuidade de um trabalho que iniciou em 2006.
Por tratar-se de um projeto com povos indígenas e envolver culturas muito diferentes, a metodologia adotada é a de intervenção intracultural: os indígenas são os “atores” (protagonistas) e co-executores do projeto, eles intervêm quando as dificuldades surgem e a busca de soluções é conjunta, a partir das duas lógicas (índios e não-índios-juruá).
De forma participativa, mas com uma perspectiva de intervenção mínima dos juruá (brancos), as ações e atividades abrangem toda a “cadeia” que envolve a produção do artesanato guarani, especialmente a organização e qualificação dos artesãos e a geração de renda, com a comercialização das peças artesanais. A partir do intercâmbio de sementes e mudas entre as áreas e o plantio das espécies nas aldeias, os indígenas estão garantindo de forma sustentável a matéria-prima (espécies vegetais) utilizada na confecção dos produtos. Investindo em materiais e ferramentas e através de encontros, reuniões e oficinas, saberes tradicionais são revitalizados (cestaria, ornamentos, tecelagem, escultura e cerâmica) e velhos, pajés e especialistas resgataram técnicas não utilizadas há dezenas de anos, melhorando a qualidade e a diversidade do artesanato produzido.
Através das medidas expostas, pretende-se criar mecanismos para alcançar a sustentabilidade sócio-econômica e cultural da prática do artesanato Mbyá-Guarani e amenizar a situação de vulnerabilidade e exclusão social enfrentada por essa etnia. Para isso, as ações visam, no próximo ano: a garantia da matéria-prima utilizada na confecção do artesanato, a divulgação das expressões culturais e da arte Mbyá-Guarani e principalmente a organização dos indígenas através da constituição de uma associação e a geração de renda, através da construção e execução de um plano de negócio com consultores e com os próprios indígenas.
